sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Van Gogh

A obra de Van Gogh (1853-1890), um dos maiores mestres da história da arte de todos os tempos, estabeleceu as bases da pintura do século XX. Mais ousado do que os impressionistas, o holandês chegou a expressar seus sentimentos por meio de uma representação totalmente subjetiva da realidade. De difícil classificação, cronologicamente sua obra pode ser considerada pós-impressionista. Além de trabalhar nas filiais de Londres e Haia da empresa de arte Goupil & Cia., Van Gogh também exerceu a profissão do pai, que era pastor laico na Bélgica e em algumas cidades da Inglaterra. Finalmente, em 1880, decidiu abandonar suas antigas profissões e dedicar-se à pintura, mudando-se para Paris. Lá, graças ao irmão Theo, que trabalhava como comerciante de arte, logo fez contatos importantes. Ao conhecer a obra de Toulouse-Lautrec, Pissarro e os outros impressionistas, a produção de Van Gogh, até então sombria e melancólica .
(Os Comedores de Batatas) sofreu uma mudança radical. Interessou-se também pelas gravuras japonesas com suas cenas urbanas. O pintor holandês compreendeu então o objetivo de seus quadros. Sua paleta de cores se ampliou para tonalidades estrepitosas que iam além da representação da natureza – ondulando na tela elas expressavam o estado do artista no momento de captá-las. Usava a cor como meio de comunicação, algo que depois fauvistas e expressionistas levariam às últimas conseqüências.
Em 1888, Van Gogh se instalou em Arles, para poder observar de perto os matizes da natureza. Um ano depois, Gauguin viria juntar-se a ele, e Theo é que iria ajudá-los a sobreviver. Mas o temperamento de ambos tornou a convivência muito difícil, e Gauguin resolveu ir embora. O holandês chegou a decepar um pedaço da própria orelha e o deu depresente a uma prostituta amiga de ambos.
São dessa época seus famosos quadros de interiores, embora se deva dizer que Van Gogh nunca deixou de lado a temática do trabalho no campo, um das razões de sua admiração por Millet. Não se passou muito tempo, e o pintor sofreu um colapso nervoso e teve de ser internado num hospital para doentes nervosos em Saint-Remy. Apesar disso, continuou trabalhando, tendo pintado cerca de 200 quadros em dezenove meses. Paradoxalmente, foi a época em que criou suas obras mais admiráveis e geniais: Os Girassóis e Os Lírios, para citar algumas. Ao deixar o hospital, o pintor soube que sua pintura estava sendo avaliada em Paris. Um ano depois se suicidou. Atualmente, suas obras alcançam cifras astronômicas no mercado de arte.

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